A natureza nos presenteia com formas que só o homem pode recriar!

 

““Meditar... exercitar a mente... este pode ser o maior dom humano. Criar sua própria terapia, procurar o seu centro interior. Deixar a intuição fluir... o instinto criar... Unir formas e a partir delas criar tantas outras, figuras que retratam nosso dia-a-dia ou que fazem parte de nosso conhecimento... surgem das mãos e mente do artesão Wilson Peck”

O artesão Wilson Peck, 68, casado há 48 anos com Irene Alvez Peck, 71, com que tem um casal de filhos (Nelson, 48, e Fátima, 42) já fez um pouco de tudo em sua bem vivida...Vida! Já foi marceneiro, caminhoneiro, quando dedicou sua vida às estradas durante 25 anos, encarregado de transportes e também trabalhou na Ford, onde se aposentou. O paulistano Wilson morou em Caçapava e Taubaté, mas foi a bela Ubatuba, onde reside há 12 anos, que escolheu para morar até o fim de sua jornada.
Com seu pai, aprendeu a meditar e exercitar a mente posicionando-a sempre para o lado positivo. Sempre disposto ajuda a todos que pode. Para ocupar-se, realiza diversas atividades e prestação de serviços como faxinas, jardinagem, manutenção resi-dencial, reformas e ainda aluga casas para turistas. Ele diz que sempre comprava uma lembrancinha local para dar aos turistas que alugavam casas através dele; assim o turista não esquecia de Ubatuba e, em contrapartida, ele ajudava o artesão. Pratica ciclismo, percorrendo 20km diários, mas foi quando encontrou dificuldades pessoais de dormir que iniciou com o artesanato local. Sempre criativo, já fazia peças diversificadas em sua marcenaria particular, mas um dia, ao caminhar pelas praias de Ubatuba, olhou uma concha, imaginou um pássaro e, como ele mesmo diz: “Cesteiro que faz um cesto, faz um cento”, não parou mais. O seu trabalho é rústico e um tanto primitivo, porém com uma beleza indescritível. Num piscar de olhos, ele une várias conchas, cada uma com sua forma particular e assim cria diversas formas de nosso cotidiano como, por exemplo: embarcações, baianas, tartarugas, pescadores, vasos, tricoteiras, e o que mais sua imaginação permitir.
O único material industrializado que usa é a cola quente, o restante é o encaixe de conchas, e adereços de sustentação (dependendo da peça). Como todo artesão de Ubatuba,Wilson lamenta não ter um local onde possa expor suas peças, assim, caso as lojas locais se interessem por seu artesanato, seja para vendê-lo ou para dá-los como lembranças a seus clientes (já que todas as conchas pertencem a nossa costa) ou ainda vendedoras free, é só entrar em contato ou visitá-lo em seu ateliê residencial, onde a diversidade de conchas que encontramos mais parece uma viajem ao fundo do mar. O endereço é a Rua Balmoral, 234, bairro do Perequê-Açu, ou através do telefone (12)3833-6351. Ele deixa aqui um dizer como lição de vida:
“Quem me dera se eu encontrasse alguém que comprasse a experiência que hoje tenho pelo mesmo preço que paguei”